SBCs Arm vs. x86: Qual é melhor para seus projetos “DIY”?
|Em 2012, o lançamento do Raspberry Pi trouxe a arquitetura Arm para o centro do mercado de computadores de placa única (SBCs). Desde então, dispositivos baseados em Arm dominaram esse segmento, sendo a escolha principal da maioria dos fabricantes devido à sua eficiência energética.
No entanto, com a chegada de placas x86 ao mercado consumidor, a supremacia dos sistemas Arm está sendo desafiada. Se você está em dúvida sobre qual arquitetura escolher para o seu próximo SBC, confira as principais diferenças entre x86 e Arm.
Preços
Vencedor: Arm SBCs, graças aos seus preços baixos
Os SBCs, assim como outras áreas da computação, passaram por um aumento significativo de preços nos últimos dois anos. Modelos avançados de Raspberry Pi, Orange Pi e Banana Pi agora ultrapassam facilmente os US$ 100. No entanto, ainda há uma ampla oferta de sistemas baseados em Arm mais acessÃveis, que, embora não tenham o mesmo desempenho das versões mais caras, são ideais para diversos projetos. Um exemplo é a linha Raspberry Pi Zero, que oferece boa versatilidade a um custo de apenas US$ 15.
Por outro lado, os SBCs com arquitetura x86 costumam ter preços bem mais elevados (com o trocadilho sendo intencional). Isso não significa que não existam opções relativamente acessÃveis, como o Radxa X4 e o LattePanda V1, que são competitivos frente a modelos Arm de valor semelhante. No entanto, encontrar um SBC x86 robusto por menos de US$ 50 é um grande desafio. E à medida que se avança para processadores como o Intel i5-1340P, a diferença de preço entre os SBCs x86 e Arm se torna ainda mais evidente.
Desempenho
Vencedor: SBCs x86, especialmente para tarefas mais exigentes
Nos últimos dois anos, os SBCs da Arm se tornaram muito mais poderosos, com modelos como o Radxa ROCK 5B, Orange Pi 5 Max e, claro, o meu querido Raspberry Pi 5, oferecendo um desempenho impressionante. Seus resultados em benchmarks sintéticos e em cargas de trabalho reais mostram que não são nada desprezÃveis.
Porém, os dispositivos x86 ainda levam vantagem quando se trata de desempenho. Mesmo um Intel N100 pode proporcionar uma experiência fluida em um sistema operacional mais exigente, como o Windows 11 (quando comparado aos padrões dos SBCs). E ao incluir os processadores Intel i3 e i5 em SBCs mais recentes da LattePanda, fica evidente que as placas x86 superam, por uma grande margem, suas contrapartes Arm voltadas para o público consumidor.
Eficiência energética
Vencedor: Arm SBCs e seu baixo consumo de energia
A potência desempenha um papel crucial ao escolher um SBC para seus projetos, especialmente se você estiver lidando com baterias ou utilizando PoE. Os SBCs com arquitetura ARM se destacam pela eficiência energética, com muitas placas de fabricantes renomados permanecendo abaixo de 12W mesmo sob carga intensa.
Em contrapartida, os sistemas x86 podem ser consumidores significativos de energia, mesmo em estado ocioso. Isso não é surpreendente, considerando que um processador básico, como o Intel N100, possui um TDP de 6W. Em meus testes, por exemplo, o meu Radxa X4 pode facilmente atingir 15W sob cargas normais, enquanto o Raspberry Pi 5 consome cerca de 3 a 4W em meus experimentos diários. Quando comparados com sistemas x86 mais potentes, os sistemas ARM contribuem muito menos para a sua conta de energia.
Térmicas
Vencedor: As temperaturas (razoavelmente) baixas nas placas Arm
Como alguém que possui vários SBCs baseados em ARM, preciso admitir que algumas das placas mais recentes realmente se beneficiam de dissipadores de calor ou coolers ativos, com o Raspberry Pi 5, em particular, alcançando temperaturas surpreendentemente altas mesmo em repouso. No entanto, isso não chega nem perto das temperaturas observadas na maioria das placas x86.
Levando em consideração o desempenho superior dos sistemas x86, as altas temperaturas são totalmente compreensÃveis. Quando vi análise do Radxa X4 alguns meses atrás no youtube, o SBC superaqueceu rapidamente sem um cooler dedicado – a ponto de desligar completamente ao tentar instalar o Windows 11. Se essas fossem as temperaturas de um processador Intel N100, podemos imaginar as altas temperaturas que os sistemas x86 de ponta são capazes de atingir.
Compatibilidade de software e sistema operacional
Vencedor: x86 SBCs por uma grande margem
O suporte de software sempre foi um ponto fraco de muitas placas ARM que não são Raspberry Pi. É verdade que você pode rodar distribuições como Debian, Ubuntu, Fedora, DietPi e várias outras em um SBC ARM genérico, mas ao tentar desenvolver projetos, costuma ser uma verdadeira batalha contra bugs e problemas de compatibilidade. Para ser sincero, já enfrentei minha cota de pacotes quebrados até mesmo na poderosa linha Raspberry Pi.
Por outro lado, sistemas x86 funcionam bem com a maioria dos sistemas operacionais disponÃveis, seja uma distribuição comum ou um OS especÃfico. Além disso, com placas x86, você terá acesso a uma variedade maior de aplicativos, desde que a placa tenha o poder de processamento necessário, é claro.
SBCs Arm vs x86: Então, qual é o veredito?
Os SBCs x86 Vencem…
Embora eu seja um grande fã de dispositivos ARM, tenho que admitir que as placas x86 dominam o mercado de SBCs. Mesmo desconsiderando sua vantagem de desempenho, que vem com um maior consumo de energia, a ausência de problemas de compatibilidade com a arquitetura x86 as torna muito superiores às suas contrapartes ARM.
… Embora as placas Arm tenham suas próprias vantagens
Certamente, não seria um entusiasta se não reconhecesse os méritos dos sistemas Arm. Seu baixo consumo de energia os torna ideais para projetos leves que precisam funcionar 24 horas por dia, 7 dias por semana. Com tantas placas Arm de baixo custo disponÃveis no mercado, elas são muito mais acessÃveis, especialmente para iniciantes no mundo dos SBCs.